A cada período de tempo uma nova ferramenta entra em moda para uso do marketing corporativo. A mais atual (e também a mais antiga) delas é o storytelling ou, se preferir, o “contar uma história”.
Não é novidade o poder que boas histórias têm em termos do imaginário e retenção na mente humana. Provavelmente você se lembra até hoje e seria capaz de recontar com detalhes muitas das fábulas que ouviu ou leu quando garoto, como “Chapeuzinho Vermelho”, “Branca de Neve” ou “Os três porquinhos”. Está aí mais que óbvia a fascinação do mercado publicitário pelo assunto, imagine ter sua marca ou produto incluso em uma destas obras com a mesma fascinação que é contada cada uma das jornadas. O mercado nacional mesmo possui alguns cases interessantes e memoráveis (quem não conhece “a menina e seu primeiro sutiã”).
Todas essas fábulas têm quatro componentes mínimos: O(s) personagem(s), um conflito, uma mensagem potente e a facilidade de entender e recontar, porém é muito difícil definir uma receita de sucesso.
Agora, e se perguntássemos para uma das maiores produtoras de histórias de sucesso da atualidade sobre como escrever uma boa história?
Estas regras foram originalmente twittadas por Emma Coates, artista do departamento de histórias da Pixar.
- Você admira um personagem mais por sua persistência que pelos seus sucessos;
- Sempre tenha em mente o que é interessante para você como espectador, não o que é divertido como escritor. As duas coisas podem ser bem diferentes;
- Tentar definir o tema principal é importante, mas você não saberá direito sobre o que se trata a história até chegar ao seu final. Agora reescreva-a;
- Esqueleto básico de qualquer história: “Era uma vez ___________. Todo dia, _________. Até que um dia __________. Por causa disso __________. Por causa disso, _________. Até que finalmente __________. “
- Simplifique. Defina o foco. Funda personagens. Remova o que não for essencial. Você achará que está jogando material precioso fora, mas na verdade isso te dará mais liberdade.
- Em quê seu personagem é bom? Qual sua zona de conforto? Lance-o ao lado oposto. Desafie-o! Como ele vai se comportar?
- Crie o final antes de saber como será o meio. Sério. Finais são difíceis, então adiante o seu trabalho.
- Termine sua história, mesmo que não seja perfeita. Siga em frente. E faça melhor na próxima;
- Se você travar no processo faça uma lista do que NÃO irá acontecer no andamento da história. Muitas vezes, é assim que surge a idéia de como continuá-la;
- Separe as histórias que você gosta. O que você vê de bom nelas é uma parte de você. É preciso identificar essas características, antes de usá-las;
- Colocar no papel te permite começar a corrigir. Se essa idéia perfeita continuar apenas na sua cabeça você nunca vai dividí-la com ninguém;
- Ignore a primeira coisa que vier à sua cabeça. E a segunda, terceira, quarta, quinta… tire o óbvio do caminho. Surpreenda a si mesmo;
- Dê opiniões aos seus personagens. Passividade e maleabilidade podem parecer bons enquanto você escreve mas é veneno pro público;
- Por que você precisa contar ESTA história? Qual a verdade queimando dentro de você de que essa história se alimenta? Este é o coração dela;
- Se você fosse seu personagem, nesta situação, como iria se sentir? Honestidade traz credibilidade a situações inverossímeis;
- O quê está em jogo? Nos dê razões pra torcer pelo personagem. O quê acontece se não der certo? Aumente a dificuldade do sucesso;
- Nenhum trabalho é desperdiçado. Se não está funcionando desapegue e siga em frente. Provavelmente vai acabar sendo útil mais tarde;
- Você tem de conhecer a si mesmo: a diferença entre dar o seu melhor e encher linguiça. História é teste, não ajustes finos;
- Coincidências pra colocar seus personagens em maus lençóis são ótimas. Coincidências pra salvá-los são trapaça;
- Faça a lição de casa: divida um filme que você não gosta em pedaços. Como reordenaria esses pedaços para se tornar o filme que você gostaria de assistir?
- Você deve se identificar com as situações e personagens, não apenas sair escrevendo. O que faria VOCÊ reagir dessa forma?
- Qual a essência de sua história? Qual a forma mais curta de contá-la? Se souber responder já pode construí-la a partir daí.
Pessoalmente creio que se os roteiristas lessem em especial os itens 6, 13 e 19 teríamos histórias bem melhores. Do cinema às propagandas de cerveja.
Fonte: Adafruit
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