Aconteceu ontem um dos eventos mais esperados pelos norte americanos. Em sua 49ª edição o SuperBowl transcende uma partida acirrada de futebol americano por conjugar apresentações de artistas consagrados em forma de superprodução e por ter os 30 segundos mais caros da televisão.
Marcas de diversos segmentos apresentam produtos, serviços, teasersetc. das maneiras mais diversas: spots tradicionais, polêmicos, simplórios e por vezes afrontando diretamente os concorrentes. O ano de 2015 não foi diferente, começou com a Chevrolet assustando os espectadores ao similar um crash de transmissão, passando outros comerciais mais soft anunciando o mesmo produto nos demais breaks de transmissão.
Mesmo que você não seja fã de futebol americano, vale assistir os comerciais e observar como cada marca trabalha seu posicionamento nesse momento tão importante para impactar o público, uma vez que o país praticamente para, assim como o Brasil numa final de Copa do Mundo. No site da NFL é possível assistir todos os comerciais na ordem em que foram veiculados.
Em geral os comerciais não foram tão polêmicos ou politicamente incorretos como nos anos anteriores. Houve uma forte tendência, principalmente dos anunciantes do segmento automotivo em se trabalhar peças de forte apelo emocional como fizeram Toyota, Nissan e Jeep. Já Kia e Fiat seguiram para o humor enquanto Chevrolet preferiu se manter numa linha de leve humor e com foco muito forte no produto em si.
Tivemos comerciais que geraram efeitos um pouco contrários ao esperado, como por exemplo NationalwideInsurance que apresentou um comercial um pouco pesado, abordando morte de crianças. Ainda que a intenção fosse das melhores em alertar para um problema real, o approach mórbido gerou mais desconforto e reclamações nas redes sociais que efetivamente educação sobre o tema como mostrou o Buzzfeed.
Do ponto de vista de social media não tivemos nenhuma marca fazendo algo totalmente disruptivo, porém 2015 foi um ano que muitas marcas deixaram que exibir, ao final dos comerciais, hashtags. Se nos anos anteriores havia uma chuva de #s boas e outras nem tanto parece que as agências aprenderam que, se não é algo de impacto, não vale a pena “forçar” uma hashtag na peça.
Por outro lado algumas marcas que optaram por utilizar sabiamente as redes sociais conseguiram aliar peças de impacto, posts e comerciais bem produzidos para o SuperBowl e geraram buzz além dos seus 30 segundos. O grande destaque da noite foi a P&G com sua campanha#likeagirl que mostra como a visão acerca das mulheres ainda é estereotipada. A campanha que combate a visão negativa ou pejorativa de “fazer as coisas como menina” foi muito bem recebida pelo público. Em um estádio com mais de 70 mil pessoas, a grande maioria dos presentes aplaudiu o vídeo.
Outra marca que aproveitou sabiamente redes sociais, o evento e seu comercial foi a Coca Cola. Apesar de um mote arriscado – bullying e internet – e um comercial um pouco “viajante” a marca conseguiu deixar seu recado e sua hashtag em evidência. Com o mote #makeithappy a marca lembra que a internet pode ter uso ambíguo, seja para espalhar ódio como felicidade e que isso pode fazer pessoas tristes ou felizes. E incentiva o comportamento positivo como se pode ver no comercial aqui.
No segmento de esportes – que costumar roubar as atenções nesse tipo de evento – a Reebok apresentou uma campanha bem similar a de seus concorrentes e com imagens esperadas para o segmento, tanto que o comercial acabou passando batido em meio aos demais. Sua concorrente, porém, soube fazer uso de uma mídia alternativa e chamar atenção e buzz positivo com um post super engajador no Instagram. Ponto para a Nike e seu manifesto.
Esses foram alguns dos destaques. Seria possível escrever um verdadeiro tratado sobre cada comercial e seu impacto (ou não) em redes sociais, mas realmente é impossível terminar o texto sem mencionar um capítulo a parte do evento: o show do intervalo.
Se há dois anos Beyoncé literalmente acabou com a luz do estádio, esse ano Katy Perry optou por trazer um cenário misturando onírico e kitsch. Como uma boa hitmaker ela selecionou alguns de seus maiores sucessos somado a convidados ilustres e carismáticos como Lenny Kravitz e Missy Elliot e cumpriu seu papel com louvor no evento. Vale aqui fazer um aparte para a cenografia que – ao menos nas redes sociais – chamou tanta ou até mais atenção do que o próprio show. Minutos depois da apresentação os carismáticos tubarões que dançaram com a cantora já tinham um perfil no Twitter e centenas de montagens engraçadas de imagens já circulavam nas redes sociais.
Falando em Twitter, apesar de muitos alardearem vez ou outra que a rede social está decrescendo e eclipsada por outras como Facebook e Instragram, em eventos como esse a facilidade de comentar e compartilhar rapidamente em tempo real ainda fazem dela uma rede social quente. Segundo Mashable o evento gerou mais de 28.4 milhões de tweets. A matéria mostra que ainda que o crescimento de uso da rede não foi tão grande como anos anteriores mas ainda assim momentos altos do evento geraram milhares de tweets.

 

Quanto ao jogo em si? Foi um espetáculo cardíaco para os fãs do esporte com reviravoltas e show dos jogadores de ambos os times, culminando na vitória do New England Patriots. Congrats, Patriots! J
Stella Wilderom
Apaixonada por comunicação e marketing mas sem abandonar o lado geek já passou por muitas empresas no Brasil e mundo afora. Ama dar aulas e conversar com gente, viajar, assistir séries e não tem vergonha de ser uma eterna kidult. Pilota o fogão para testar novas receitas e receber amigos e família em casa. Mas no fim é conhecida mesmo por ser mãe da pug Gioconda.
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